Memória

Um banco chamado Banerj

No ano de 1946, no município do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, nasce o Banco da Prefeitura do Distrito Federal (PREFEBANCO), abrindo suas portas para o público em 15 de março de 1946, no prédio da Secretaria de Finanças da Prefeitura do Distrito Federal, na Rua da Alfândega, esquina com Quitanda, antiga sede do Banco Transatlântico-Alemão. O país se redemocratizava em período do pós-guerra. O momento trazia grandes esperanças em relação ao futuro.

A iniciativa de sua criação foi do prefeito Henrique Dodsworth, através da Lei n.º 7355, de 02/03/1945, tendo sido autorizado a funcionar pelo Decreto n.º 19.676, de 27/09/1945, com a Carta-Patente n.º 314, de 27/11/1945.

Com o rápido crescimento, a sede passou a ser na Rua da Quitanda, nº. 129, antiga sede do Banco Ítalo-Belga. O contínuo incremento de suas atividades levou a diretoria a adquirir, pouco depois, parte do edifício União Mercantil, na Avenida Rio Branco, nº. 39, ocupando um conjunto de subsolo, loja e sete pavimentos.

No papel de agente financeiro da Prefeitura, o PREFEBANCO financiou obras e empreendimentos importantes, entre outros, o Estádio do Maracanã.

Como Banco do Estado da Guanabara (BEG), após a transferência da capital para Brasília, em 1960, e com expressão nacional, o BEG lança, um ano depois, um serviço que o colocaria à frente das demais instituições de crédito da época: o cheque verde , o primeiro cheque especial.

Em 1971, inaugura os primeiros terminais on-line real time , marcando uma clara ascensão no ranking bancário – era o banco que mais crescia no país. Das sete agências advindas do Banco da Prefeitura, o BEG dispunha, em 1964, de 30 agências e duas filiais em outros Estados.

Como agente financeiro, participa de inúmeros projetos do governo estadual, com destaque para a adutora do Guandu; os túneis Santa Bárbara e Rebouças; o Aterro do Flamengo; o bondinho do Pão de Açúcar; o Elevado do Joá, Elevado Paulo de Frontin; o Museu de Arte Moderna; a Sala Cecília Meireles; entre muitos outros.

Em 1974, por decisão do governo federal, o BEG incorporou o Banco Halles, que possuía grande número de agências pelo Brasil, especialmente no estado de São Paulo. Um ano depois, com a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, surge , da união com o Banco do Estado do Rio de Janeiro (BERJ), o BANERJ, ganhando presença no interior do novo estado. COPEG e CODERJ, agentes de fomento da época, transformam-se no BANRIO e, em seguida, parte do Sistema Integrado BANERJ.

O melancólico fim deu-se em 1996, com a liquidação do Banco e a venda de sua parte saudável para o Itaú, após duas intervenções do Banco Central e uma administração temporária do Bozano, Simonsen. Mas, a sua importância na participação da economia do estado e do país está indelével e positivamente marcada, pois, o ato de governo que determinou a sua liquidação não impediu que ele permaneça vivo na memória dos cariocas e fluminenses, pela lembrança dos inúmeros serviços que prestou como banco oficial.

Copyright: Henrique Midlin, Giancarlo Palanti, Walter L. Morrison, Walmyr Lima Amaral, Marc Foundoukas.
Fonte: ArqBr – O Habitat Digital.

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